Recomeçar

Chega um dia que a pessoa descobre que está na hora de recomeçar sua vida amorosa, interrompida por algum motivo, seja por vontade própria, pelo outro, por morte do cônjuge ou por circunstâncias da vida. Não importando o motivo, a pessoa sofreu uma perda e cada um lida de uma forma com isso. Por carência, alguns voltam logo a se relacionar. Outras por maturidade procuram curtir a si mesmos antes de voltar a ficar. O medo também entra como ingrediente, medo de não ser mais amada, de voltar a sofrer, de não saber escolher pessoas que lhe realizem. O que mais escuto no consultório é antecipar que vai ser chato conhecer outra pessoa, saber quem é, seus gostos, coisas boas e ruins, e também se mostrar ao outro. Mas esquecem que, quando se apaixonam, novamente tudo parece ser maravilhoso, tanto conhecer, como se mostrar.

Nas voltas que a vida dá, surgem novas possibilidades e, muitas vezes, onde não se espera, encontra-se uma pessoa interessante. Mas aparece a dúvida: investir ou não? Nesse momento, é importante refletir, visto que o tempo já permitiu aprender pelo pensamento ou pela dor. E desses aprendizados extraem-se experiências que facilitam escolher com quem se dará continuidade nas relações amorosas. Não há nenhum botão de ligar e desligar a emoção de uma paixão, mas pode-se escolher investir em conhecer e se envolver a ponto de voltar a se apaixonar, como também de não mais investir numa relação passada, que atualmente as lembranças só trazem sofrimento. Essa é a encruzilhada que se precisa passar. Ou escolhe-se ficar na mesma estrada e perpetua-se o que conhece (a solidão e o sofrimento), ou um novo recomeço com essa pessoa interessante que conheceu.

A pessoa nunca estará pronta para recomeçar, pois sempre terá um “porém” nos seus pensamentos. Portanto, não espere estar pronta! Siga o coração, para a vida ficar leve, e a reflexão, para não cometer os mesmos erros do passado. Vá em frente, liberte-se do passado e seja feliz! Não se consegue prever as respostas certas no amor, a não ser que você o viva. É na vivência que descobrirá o que lhe convém ou não para seu futuro.

 

Por Flávio Melo Ribeiro