Quem diria que o campeche se tornaria local de desejo de brasileiros de todos os cantos e até de estrangeiros? Que fosse atrair ricos que pagam por apartamentos de até R$ 4 milhões?
Lembro a primeira vez que entrei na Av. Pequeno príncipe, há uns 25 anos atrás. Não tinha asfalto nem calçamento na rua, eram apenas algumas casas espalhadas em torno do caminho de chão que levava a praia. Naquela época, o Campeche era apenas um minúsculo bairro rústico de pescadores, a terra devia valer muito pouco... Eu infelizmente não comprei e nem era ligado ao mercado imobiliário.
Minha entrada nessa área começou bem depois, exatamente no ano de 2010 quando entrei para a imobiliária Buzz como gerente de comunicação e marketing. O bairro estava em expansão, mas lembro de que nosso grande desafio era fazer a região ser conhecida, até para os próprios moradores da cidade. Nessa época, as únicas praias valorizadas eram do norte da ilha, Jurerê, Ingleses, Canasvieiras, Brava. Aqui era o Sul da Ilha, terra de pescadores e de imigrantes alternativos.
A Buzz em um trabalho pioneiro começou a convencer empresários da construção civil a investirem na região. Foi um trabalho difícil, mas que desde o início trouxe muito sucesso. A ideia não era fazer prédios populares, irregulares ou despojados de beleza, muito antes pelo contrário, o objetivo era lançar residenciais com arquitetura moderna, estilosos, dentro da lei, que respeitasse a natureza e com muito conceito.
O grande trunfo desse desenvolvimento imobiliário era obviamente a esplendorosa natureza, que de um lado oferecia uma paradisíaca praia de águas cristalinas e areia branca e em volta montanhas cobertas por mata nativa. Um cenário de tirar o fôlego. Outra característica que ajudou bastante é a proximidade com o centro da cidade (é a praia de mar aberto mais próxima). O acesso atualmente está ótimo, bem diferente de tempos atrás quando inexistia o túnel e a via expressa. Não podemos esquecer também da proximidade com o Aeroporto e com a badalada Lagoa da Conceição.
A primeira leva de moradores de fora chegou proveniente do Rio Grande do Sul, depois vieram os paulistas e depois disso, não parou mais de chegar gente de todos os lugares. Em decorrência disso, os valores dos terrenos, casas e apartamentos nunca deixaram de subir, aliás, sobem bem mais que a inflação e de imóveis em outros lugares. Isso é a lei da oferta e procura, que prevalece até os dias de hoje. Ainda mais agora, que o novo plano diretor da cidade proibiu os prédios no Campeche (esse é o último ano para começar obras).
Então vai uma dica para quem quer comprar imóveis para morar ou investir: não espere muito, o Campeche nunca teve bolha imobiliária, pois sempre aqui há mais procura do que oferta e isso não vai mudar. Não adianta esperar por desvalorização. Ainda mais porque moramos em uma ilha, finita de terra, onde muita gente sonha morar um dia.
Geraldo Abud Rossi
Jornalista e diretor da BLU