Persona cativante. Voz serena em um mavioso olhar. Esta é Olga Schimidt. A Matriarca de sessenta e três anos, possui três filhos. É existência dedicada à família e as comunidades por onde se fixou.
Baseada há vinte anos em Florianópolis, a Ex-micro-empresária do extremo Oeste Catarinense mudou-se para a Capital, com o objetivo de acompanhar os estudos da filha na carreira do Direito.
Inicialmente residente à Rua Corruíras, Dna. Olga lembra-se bem quando sua família, ao adquirir de uma imobiliária um pequeno lote de terra no logradouro, imersa em alegria e entusiasmo, não se deu conta da inexistência ainda do fornecimento de luz elétrica na rua : "...Não percebemos, na ocasião que não havia eletricidade instalada... - De repente, nos olhamos e dissemos uns aos outros : - Sim, mas... -Cadê a luz ? ... - Tivemos que esticar quinhentos metros de fiação para a construção de nossa casa..."
Dna. Olga relembra o pequeno - e único- mercadinho próximo, da Sra. Helena, posteriormente locada as instalações para um novo mercado. Era o começo da rede Hiperbom.
Naquela época, a Rua do Gramal era de chão batido, o coletivo ainda não adentrava nas proximidades, o que no raiar do sol, a obrigava conduzir os filhos até a Av. Pequeno Príncipe. Por volta da meia-noite, vezes sob chuva e lama, o desafio se repetia.
Durante o findar da última década do século passado, a regularização fundiária na região era incipiente, os loteamentos surgidos então, não disponibilizavam áreas de recuo para calçadas e contrapartidas que pudessem atestar sua responsabilidade social (para criação de praças e espaços e aparelhos públicos).
Em função da morosidade no avanço de benfeitorias, foi criada então a AMOJAC - Associação de Moradores do Jardim Castanheiras.
Em seu depoimento D. Olga conta que o baixo quórum inicial da associação a esvaziou por completo. Posteriormente o segundo Presidente ,- eleito por voto popular - abandonaria o cargo e o pequeno grupo formado, foi quando ela assumiu a presidência e percorreu longos anos a fim de regularizar a burocracia exigida para regularizar toda a documentação da associação. Estava salva a AMOJAC!
Outro episódio contato pela D. Olga foi a cerca do terreno cedido para a Associação de Moradores, que certo dia foi indevidamente cercado, mudando o fim a que estava destinado como sede da AMOJAC .
O clímax deste episódio ocorreu no dia de sua ocupação clandestina : "... Minha vizinha , que faz divisa com a Associação, ligou-me e disse... - Estão invadindo aqui... - Fomos até lá com a Força Pública e então os trabalhos e o material de construção foram removidos."
Olga Schimidt, pioneira na relação direta com os orgãos públicos, orgulha-se até hoje, pela decisão da justiça, mas não evita comentar da dívida social, para com os que vivem no bairro, pagam seus impostos e que os governos ainda postergam quitar.
O espaço da AMOJAC mantém todas as quintas, as portas abertas, à partir das 14:30hs, um encontro com a maturidade das Senhoras na Associação.
Confira todas as matérias da História do Sul da Ilha:
História do Sul da Ilha parte 1
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Redação DuCampeche