As equipes identificaram e lacraram 18 ligações irregulares de imóveis à rede de coleta que foi assentada no bairro, mas ainda não está em operação. Além de ilegal, a infração causa mau cheiro e extravasamento do esgoto nas vias públicas, já que as redes não estão preparadas para receber os efluentes.
Segundo o engenheiro Gabriel Pessina, que coordenou os trabalhos, os técnicos foram em geral bem recebidos pelos moradores e receberam várias denúncias espontâneas que foram verificadas pelas equipes. Na Travessa Iracema das Chagas Pires, por exemplo, que não estava mapeada para a vistoria, foram feitos dois lacres graças à denúncia de uma moradora.
As ações foram concentradas em vias a montante de onde foram detectados problemas de mau cheiro e extravasamento, para otimizar o trabalho das equipes. O serviço foi acompanhado por um caminhão hidro vácuo que já sugou dois pontos onde poços de visita do Sistema apresentavam extravasamento.
“O trabalho é feito abrindo as caixas de inspeção e verificando de onde vem o esgoto clandestino. No momento em que uma situação desse tipo é identificada, notificamos o infrator e lacramos a saída clandestina de esgoto para a rede pública”, explica o engenheiro Sanitarista e Ambiental Francisco Pimentel, chefe do Setor Operacional de Esgotos da CASAN em Florianópolis.
Naqueles imóveis onde os moradores não foram encontrados a notificação será feita por carta registrada.
A vistoria tem respaldo da Resolução 046 da agência reguladora ARESC, que permite à CASAN aplicar sanções a usuários que estiverem realizando alguma infração ou intervenção indevida no sistema público. A Companhia, porém, não tem poder de polícia para acessar os imóveis, o que deve ser feito pelo Programa Floripa Se Liga na Rede, coordenado pela Prefeitura e Vigilância Sanitária.
“O morador só poderá fazer sua ligação à rede quando receber autorização da CASAN. Antes disso, cada imóvel deve possuir tratamento individual, como por exemplo, fossa e sumidouro. Ligações às redes que não estão em operação trazem sérios prejuízos à qualidade de vida na cidade, além do mau cheiro que se espalha pela região”, complementa Pimentel. Além disso, pode gerar extravasamentos de esgoto nos pontos mais baixos da rede.
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Orientações para regiões com redes de esgotos que não estão em operação:
- Moradores devem ter seu tratamento individual de fossa e sumidouro
- Faça periodicamente a manutenção de seu sistema individual. No caso de fossa, limpeza com auxílio de caminhão auto vácuo devidamente regularizado
- A caixa de gordura também deve ser limpa periodicamente, no máximo a cada 6 meses ou menos, dependendo do uso
- No caso de serviço por caminhões limpa-fossa, o prestador pode limpar também a caixa de gordura
- No caso de limpeza manual, o material sólido retirado da caixa de gordura deve ser colocado em um saco de lixo e descartado junto aos demais resíduos coletados pela Comcap
- No caso de estabelecimentos como restaurantes, a frequência de limpeza deve ser bem maior, em alguns casos até toda semana
Fotos: Francisco Pimentel/CASAN
Redação DuCampeche