No dia 21 deste mês, a advogada Mayara Cavassini Giacomini, de 26 anos, se manifestou em um grupo no Facebook sobre o assédio sexual que sofreu na UPA do Rio Tavares, em busca de mais vítimas.
‘’(PROCURO) Mulheres que tenham sido assediadas e/ou violentadas sexualmente por um médico na UPA do Rio Tavares.
No dia 13 de agosto fui atendida por um plantonista que, dentre outras coisas, me impediu de sair da sala de consultas e me agarrou tentando me beijar. Dois dias depois conheci aleatoriamente outra menina que sofreu assédio parecido por parte da mesma pessoa e no mesmo local. Quantas outras? E quantas outras também serão?’’ Relata Mayara, que se mostrou disposta a dar suporte às demais vítimas.
Uma crise de alergia na pele levou Mayara até o plantão da UPA, e o médico, que não teve o nome divulgado, a agarrou.
Mayara então conheceu mais três mulheres que passaram pela mesma situação, mas tiveram receio de denunciar. Diante dos fatos, Mayara decidiu lutar em nome das mulheres vítimas de violência sexual.
A vítima registrou Boletim de Ocorrência e foi à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, onde prestou depoimento, que durou quase duas horas. Além disso, Mayara também protocolou denúncia no Conselho Regional de Medicina contra o especialista.
"A consulta já havia terminado. Daí ele fechou a porta, contra a minha vontade, e eu não imaginava o que iria acontecer depois. Ele envolveu os braços ao redor do meu corpo, me segurou e tentou me beijar por duas vezes. Na primeira vez eu tive que afastar meu rosto. Na segunda eu tive que empurrar ele com as minhas mãos para ele me soltar. E mesmo após esse momento ele continuou insistindo, que tinha gostado de mim, que estava de carro, que eu era a última paciente do plantão dele, que ele poderia me levar pra casa. Saí assustada da unidade. Eu não consegui tomar a injeção que ele havia me receitado porque eu tava com medo que fosse ele que ia aplicar. Saí correndo de lá porque eu tava com medo que ele fosse me seguir", disse Mayara.
O médico foi afastado dos plantões, e a Secretaria de Saúde diz estar apurando a denúncia, mas que ele teria sido contratado de forma temporária.
Redação DuCampeche