Designado remotamente, por "vila do Pontal", o distrito do Campeche, segundo o Censo 2010, tinha uma população estimada de 8871 habitantes, divididos em: Campeche Leste e Sul. Hoje estima-se que este número ultrapasse os 50 mil.
Ataide Silva é "ardente" defensor das propostas dos moradores do bairro, no Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo. "Briga" até na Justiça, quando os interesses das Futuras gerações (em seu entendimento) não são respeitados.
No início de sua caminhada pela defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, articulou a criação da Associação de Surf (fundada como voz política do Campeche na dec. 70).
Junto ao MEL (Movimento Ecológico livre), fundado na UFSC, a Associação de Surf obteve diversas e importantes conquistas. Entre elas: Parque do Perí; Lagoinha do Leste; Parque da Luz e atualmente a Ponta do Coral.
As lutas do veterano surfista junto à comunidade resultaram no surgimento da Associação de Moradores do Campeche em 86. A AMOCAM e Associação de Surf uniram-se e devido a sua importância, receberam o apoio de diversas entidades na defesa das dunas e do Parque Cultural do Campeche.
Em muitas visitas que fez a Câmara de Vereadores (para aprovação do Parque do Peri), Ataide e seus companheiros se viam obrigados a retornar a pé, do Centro da Cidade até o Campeche, durante a madrugada.
O Parque do Peri é, hoje, responsável pelo abastecimento de água a 140.000 (cento e quarenta mil) pessoas. Na época, Silva, estudantes da UFSC e o arquiteto César Floriano dos Santos acamparam na lagoa do Peri, para impedir a circulação de barcos a motor no espelho d'água do aquífero.
Em entrevista exclusiva cedida ao Portal de Notícias DuCampeche, Ataide Silva, comenta os principais entraves ao crescimento ordenado da Ilha, e do continente. Argumenta pendências e questões de ordem, devendo ser analisadas, discutidas e ponderadas em acordo com o entendimento da sociedade organizada. A Guardiã do desejo coletivo pela manutenção da qualidade de vida a todos os habitantes e visitantes da região:
Ataide Silva:
"A dificuldade maior é a vontade política. Tanto do Executivo, quanto do Legislativo. O que atrasa o pensamento evoluído, é a falta de moralidade e honestidade. O mal da corrupção está no "predador de dinheiro público". Gera falta de verbas no Executivo, atrasa os avanços sociais e culturais, como o PACUCA (Parque Cultural do Campeche).“
"Sua realização material é uma das necessidades não só para o Campeche. O parque é Patrimônio da humanidade, reconhecido pela ONU. A preservação deste sítio histórico será uma grande conquista para todas as regiões de Florianópolis. A área é de uso contínuo, voltado para o lazer."
DuCampeche:
A área é criminosamente utilizada para descarte de muito lixo, entulho e fogueiras são acesas sem autorização. Qual o próximo passo que a comunidade deverá tomar para reverter essa situação?
Ataide Silva:
"O que faremos agora é fechar o Campo de Aviação através da construção de uma vala no seu entorno, a fim de restringir seu acesso à apenas um acesso para utilização do Campo de futebol.”
“Algumas ideias surgiram como a Instalação de uma cancela, utilização de chaves pelos "boleiros" de fins de semana, o que evitaria as invasões e seu uso como depósito de lixo. É importante ressaltar que o entulho e lixo, ali depositado, não é só do Campeche. A própria COMCAP já retirou algumas toneladas de lixo do Local. Confirmamos, através de placas e objetos pessoais abandonados que o material vem também, de outras localidades. Estamos documentando com fotos e entrando em contato com os responsáveis que conseguimos identificar.”
DuCampeche:
- Qual a perspectiva da comunidade quanto à instalação da Estação de tratamento de esgoto do Rio Tavares, e como a Associação de Moradores vê o projeto atual para este tratamento?
Ataide Silva:
“O tema já é bem conhecido e discutido pela comunidade. Audiências Públicas somam a participação de 800(oitocentas) a 1.000 (mil) pessoas em cada uma delas. A nossa posição é de apoio ao MOSAL (Movimento do Saneamento Alternativo), esgotamento sanitário descentralizado, na qual faço parte. Foi encaminhada uma contraproposta à Prefeitura e a própria CASAN. Lançar efluxos no mar, através do delicado ecossistema da bacia do Rio Tavares é achar que nosso mar é um buraco negro.“
"O projeto desenvolvido na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), é descentralizado, e se utiliza de pequenas estações de tratamento de esgoto em cada bairro (cada unidade tem capacidade para tratar esgoto de 2.000 (duas mil) pessoas). Em processo de tratamento de esgoto terciário construiríamos 25 (vinte e cinco) pequenas estações.”
Da redação DuCampeche